quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Outros representantes da poesia ultrarromântica

Casimiro de Abreu:o poeta da saudade

Casimiro José Marques de Abreu(1839-1860) nasceu no Rio de Janeiro,em 1839,e faleceu no mesmo estado,em 1860,com apenas 21 anos.
Em suas poesias,cantou o saudosismo nacionalista e o saudosiamo da infância,imprimindo sempre um sentimentalismo pueril.
Seu único livro de poesias,As primaveras (1859),foi lançado em 7 de setembro de 1859,com a ajuda financeira do pai,embora ete fosse contrário ás atividades literárias do filho.
Dessa obra,que contém poesias melancólicas e sentimentais muito simples,consta o poema mais conhecido: ''Meus oito anos''.

                                                    

 

Fagundes Varela:O poeta da natureza
Luís Nicolau Fagundes Varela (1841-1875)nasceu no Rio de Janeiro,em 1841.Em 1862,matricula-se na Faculdade de Direito,de São Paulo,mas abandona-a e entrega-se à literatura e à dia boêmia.Casa-se,contra a vontade da família,com uma artista de circo,e com ela tem seu primeiro filho,Emiliano,que morre aos três meses de idade.Esse fato inspirou-lhe um dos seus mais belos poemas,''Cântico do Calvário''. 
Anos mais tarde,perde também a esposa.O poeta,cada vez mas entregue a bebida,leva uma vida desregrada,pórem não para de produzir.
Casa-se novamente,agora com uma prima,com quem tem duas filhas e um filho,este também morto prematuramente.
Em 1870,muda-se com o pai para Niterói,onde se entrega totalmente a bebida.Falece em 1875,em estado de completo desequilíbrio mental.
Fagundes Varela foi um dos pocos poetas que transitaram por todas as gerações românticas,pois,embora em sua poesia predominem a angústia e o sofrimento,outros aspectos importantes também se manifestam,como o patriotismo,o amor, as causas sociais(como o abolicionismo) e o misticismo religioso.


 

Cântico do Calvário

À Memória de Meu Filho
Morto a l l de Dezembro
de 1863.

 
Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. — Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, — a inspiração, — a pátria,
O porvir de teu pai! — Ah! no entanto,
Pomba, — varou-te a flecha do destino!
Astro, — engoliu-te o temporal do norte!
Teto, caíste! — Crença, já não vives!(...)




 
Junqueira Freire:o poeta atormentado

Luís Junqueir Freire (1832-1855) nasceu em Salvador,na Bahia,em 1832,e faleceu na mesma cidade em 1855.
Muito jovem,aos 19 anos,por motivos familiares, ingressou na Ordem dos Beneditinos,em Salvador.Como monge beneditino,viveu amargurado,revoltado e arrependido pela decisão irrevogável que tomara.Em 1854,libertou-se da disciplina monástica, embora permanecesse sacerdote,por força dos votos perpétuos.
O erro de vocação que o levou ao claustro e a culpa que sentia por tê-lo abandonado muito o atormentavam.A melancolia,a tristeza e a desilusão,além de outros sentimentos funestos,levaram-no ao encontro dos ideais ultrarromânticos,refletindo,em suas poesias,toda a revolta e os conflitos morais.
Os temas centrais de seus poemas são o horror ao celibato,o desejo reprimido,o sentimento de pecado, a revolta contra o mundo e contra si próprio ,o remorso e ,como consequência, a obsessão pela morte.Esses temas estão expressos no prólogo de sua obra Inspirações do claustro (1855).

 
Inspirações do claustro (trechos)
Aqui – já era noite... eu reclinei-me
Nas moles formas do virgíneo seio:
Aqui – sobre ela eu meditei amores
Em doce devaneio.

Aqui – inda era noite... eu tive uns sonhos

De monstruosa, de infernal luxúria:
Aqui – prostrei-me a lhe beijar os rastros
Em amorosa fúria.

...


Aqui – era manhã... via-a sentada

Sobre o sofá – voluptuosa um pouco:
Aqui – prostrei-me a lhe beijar os rastros
Alucinado e louco.

...


Aqui – oh quantas vezes! ... eu a tive

Unida a mim – a derreter-se em ais:
Aqui – ela ensinou-me a ter mais vida,
Sentir melhor e mais.

Aqui – oh quantas vezes!... eu a tive

Em acessos de amor desfalecida!
Lasciva e nua – a me exigir mais gostos
Por sobre mim caída!


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